Cecília e eu
Cecília pediu um café
Adoçou, bebericou e fitou além
Quando retornou de sua contemplação
Mirou o fundo da xícara e tão amarga quanto
O café e doce quanto o açúcar, me aconselhou:
Guarde a caneta, menina.
--------------------------------------------------------
Passei a tarde as procurando, correram de mim.
Na gana de alcançá-las me senti aleijada.
Na ânsia de dizê-las, me senti muda.
O tempo me muda e elas ainda
Correm, correm de mim, se esparramam
Em minha mente, teimam em não formar fila,
Perambulam soltas e esquecidas de sua serventia
Não são ordeiras, impontuais e renitentes
Desobedecem às minhas súplicas
Me afogam por dentro e me mostram que o que
Sinto é sede... de buscá-las, o que me mata de sede.
Elas correm de mim.
-------------------------------------------------------------------
Estupor
EStive pensando
TUdo passou
POR onde foram as idéias?
2 comentários:
A caneta, as ideias, o além, o café, o fundo da xícara, o acúcar, a Cecília, o amargo, a sede, o afogar-se, o etc.
Mais ou menos assim: o texto é um origami, você é o papel. Você-papel que, com todas suas propriedades, dobra-se em Arte, desdobra-se em Vida.
Onde
Reconheço
Imediatamente
Cacos de
Arte
Macerados
Infantilmente
Postar um comentário