sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


Cecília e eu

Cecília pediu um café
Adoçou, bebericou e fitou além
Quando retornou de sua contemplação
Mirou o fundo da xícara e tão amarga quanto
O café e doce quanto o açúcar, me aconselhou:
Guarde a caneta, menina.
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Passei a tarde as procurando, correram de mim.
Na gana de alcançá-las me senti aleijada.
Na ânsia de dizê-las, me senti muda.
O tempo me muda e elas ainda
Correm, correm de mim, se esparramam
Em minha mente, teimam em não formar fila,
Perambulam soltas e esquecidas de sua serventia
Não são ordeiras, impontuais e renitentes
Desobedecem às minhas súplicas
Me afogam por dentro e me mostram que o que
Sinto é sede... de buscá-las, o que me mata de sede.
Elas correm de mim.
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Estupor

EStive pensando
TUdo passou
POR onde foram as idéias?

2 comentários:

Jamil P. disse...

A caneta, as ideias, o além, o café, o fundo da xícara, o acúcar, a Cecília, o amargo, a sede, o afogar-se, o etc.
Mais ou menos assim: o texto é um origami, você é o papel. Você-papel que, com todas suas propriedades, dobra-se em Arte, desdobra-se em Vida.

Sem tempo para manter um blog disse...

Onde
Reconheço
Imediatamente
Cacos de
Arte
Macerados
Infantilmente