
Em 2016 você será sete anos mais velho. Seus cabelos se embranquecerão ou cairão. Você decidirá fazer sua primeira aplicação de botox. Em sete anos você terá concluído um curso universitário, encontrará uma profissão e descobrirá que ainda não é completo. Levará seu filho ao estádio pela primeira vez, seu time levantará algumas taças, ou continuará na fila. Em sete anos muitas pessoas passarão pela sua vida, outras tantas sairão, por sua escolha, pela delas, ou por forças que independem do ser humano. Em sete anos você se aborrecerá, ficará feliz, extasiado, descobrirá coisas novas, sentirá prazer e dor. Ganhará dinheiro, perderá dinheiro, encontrará a pessoa da sua vida, descobrirá que não é ela e continuará encontrando. Em sete anos você se tornará avô, estará aposentado. Você descobrirá que Deus não existe, ou o encontrará em suas preces. Comprará uma casa na praia, terá marido, filhos, cachorro e uma posição invejável. Perderá com uma enchente o que levou anos para construir. Descobrirá que sofre de intolerância a lactose, que prefere ficar em casa a aturar certas companhias. Seu corte de cabelo terá mudado algumas vezes, seu estilo também. Conhecerá novas músicas, assistirá muitos filmes novos e antigos. Aprenderá italiano e conhecerá outros países. O Rio de Janeiro continuará lindo.
A vida não está em 2016, ela está compreendida entre sua última respiração e expiração. Está no seu batimento cardíaco. Ela também está na conta a ser paga no próximo dia 25, assim como esteve no livro que terminou de ler ha duas horas. A vida está acontecendo neste segundo em que digito. Sete anos é o tempo de uma vida. Um ano, também. Todos os dias são importantes, mesmo os que insistem em se repetir, é preciso que o tempo passe, que seu time jogue ponto a ponto, que os pensamentos amainem e tranqüilizem as emoções. Que a vida siga e que sigamos nela.
Até 2016, aquele abraço.
1 comentários:
Sem delongas: PERFEITO!
Parabéns, Cherry!
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