
Consta entre as minhas primeiras lembranças nesse mundo minha mãe dizendo que vai morrer, ouço isso há 25 anos, algumas vezes interpretei como um desejo, outras como um desabafo e, na maioria das vezes, como uma forma de me irritar. Alguns minutos atrás, arrumando o guarda roupas, ouvi a conversa da minha mãe por telefone com uma amiga, o diálogo captado era mais ou menos este :
Amiga: blá, blá, blabláMãe: eles (os cientistas) ficam fazendo experiências com esses ratos... vai que um deles foge e começa a fazer xixi por aí, vai contaminar todo mundo"
Mãe: é, isso... terrorismo, vai que cai nas mãos dos terroristas.(o rato??)
Outro exemplo de paranoia incutida no imaginário. Encontrei uma colega na faculdade, não nos víamos já fazia tempo, a cumprimentei com o tradicional beijinho (em São Paulo, um só), conversa vai, conversa vem e ela disse que havia voltado recentemente da Argentina. Meu irmão, com olhar assustado, comentou depois da despedida "ela tava na Argentina" e aí pensei: "ainda bem que ela não tem nenhuma outra viagem programada, resfriada como eu estou, capaz de ter passado pra ela.
Resultado da conversa da mãe com a amiga: passeio na 25 de Março cancelado.
P.S: este post não pretende fazer pouco caso da gripe da vez.
1 comentários:
Quando a paranóia se torna caricatural e cômica, seu melhor lugar é um filme de Woody Allen.
Se por acaso congela as ações, algo saiu errado e temos o exagero.
Pra ilustrar a comédia, comento uma mudança de hábitos recente (pura chacota divertida). Criei um sistema de entrada e saída de ônibus sem encontar e me apoiar nos malígnos suportes de ferro que todo mundo encosta e apoia. É divertido. E até agora só caí uma vez.
Cancelar passeios é bobeira, o exagero ! As cidades estão mais vazias, o ar livre é inofensivo! O vírus não voa, só pula.
(O lance é entrar em ônibus que nem doido, rsrsrs).
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