Muito provavelmente seja pelo fato de eu ter nascido em um dia de chuva. Meus pais me contaram que choveu muito durante toda aquela semana e que o percurso até a maternidade se fez não sem dificuldades, pois o Rio Tietê transbodara, deixando parado o trânsito na Marginal. Nasci às 11 horas de uma noite chuvosa, como deveria mesmo ser a primeira noite da estação verdejante. Certamente é a isto que se deve minha natureza líquida, sempre se moldando aos diferentes continentes e situações, fluindo sempre.
Talvez também se deva a isso o carinho que tenho pelos dias de chuva, a simpatia que rendo pelo céu que chora. De forma semelhante, também aprecio homens que sabem chorar. Credito também a esta condição de nascença o fato de ser o chorinho o ritmo musical que mais me aproxima de um estado contemplativo, de quase transcendência.
Eu amo o que há de úmido no ser humano, conotativa e denotativamente, objetiva e subjetivamente. Amo as metáforas que comparam estados de espírito a tudo que diga respeito ao que é aquático, da suavidade de um riacho que corre ao ímpeto do mar tormentoso. Somos água. Vivemos no planeta água.
Se viemos do pó, e a ele retornaremos, quero aproveitar ao máximo minha transitoriedade líquida, viver liquidamente minha humanidade, pois amo o que há de líquido no ser humano, conotativa e denotativamente...
O título do post vem de parte do título de uma música do Cordel do Fogo Encantado.
1 comentários:
Lindo! e...líquido...
Beijo
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