
Reflitamos sobre três filmes recentemente lançados: o primeiro é Operação Valquíria. Este filme é sobre o golpe que não deu certo e faz o espectador se perguntar como as coisas poderiam ter sido se o golpe deflagrado obtivesse êxito. O segundo filme é Bastardos Inglórios, em que o assunto central é o golpe que deu certo, também leva o espectador a se indagar sobre como a história teria sido se o fato narrado fosse verdadeiro. A verdade contada do ponto de vista amaciado dos golpistas de Wagner e a verossimilhança proposta por Tarantino induzem a um pensamento: e se Hitler tivesse morrido nos atentados? O anticristo oficial do século XX costuma ser personificado como a encarnação de todos os males advindos no pós-guerra (assim como de maneira simplista explicamos nossas mazelas com a colonização portuguesa e o golpe de 64). O mundo teria sido diferente sem sua presença? Certamente. Os dois filmes deixam a incômoda sensação de que as coisas não estão bem, de que algo está errado na sala da justiça e que, talvez, o mundo pudesse ser melhor. A impossibilidade de ver caminhos melhores para a humanidade produz, na mesma seqüencia de pensamento, o gênero de filme catástrofe, 2012 é o exemplo mais recente. Se o mundo não pôde ser mudado pelo assassinato de um tirano, por que não propor uma mudança radical na Terra, em que uns poucos escolhidos teriam a oportunidade de criar um novo mundo? Entre estes economicamente eleitos podem se contar mafiosos russos com a cara do Eraclito Fortes the Hut. E aí, então, as pessoas me perguntam, você acredita na profecia? Respondo: não, mas acredito que nossa desesperança quer fazer crer que a profecia seja verdadeira, por falta de perspectivas ou opções alardeamos aos quatro ventos que o aquecimento global isso ou aquilo, a água está acabando, as placas tectônicas estão se movendo. Falar muito de algo é desejar tê-lo.
Por fim, depois desse cotejo à la Jerry Fletcher, ainda em tempo, cabe lembrar um fato apontado pelo dedo mindinho de nosso presidente: a culpa é dos olhos azuis, Erik Jones também vaticinou isso no finado Irônicos Anônimos. Mas a constatação mais aterradora de todos os tempos é a de que na junção da profecia maia com a luliana o coeficiente se chama Danielle. Sim, ela tem olhos azuis... e aniversaria adivinhem em que data? Essa mesma, a da profecia maia...
Dia 21-12-2012, festa/celebração do fim do mundo. Ou seria melhor antecipar pra dia 20?
Lembrem-se, vocês leram primeiro aqui.
4 comentários:
mwwwaaaaaahauahauauhauhauhuahua!
Sobrou p'ra Dani!
Tadinha!
Caraca!!! Tava lendo toda feliz e desligadinha, qdo...rsrsrs...
Mas no blog da Cami, aceito a culpa...afinal o texto é ótimo!!
Uma honra ser culpada assim!!
Beijo, querida!!!
Ps- amanhã mesmo comprarei um par de lentes pretas!!!
Tudo bem, eu te perdôo por desencadear o fim do mundo, mas... tem que rolar festa compensatória hehe.
Pablo, tá convidado pra última festa do mundo!
O famoso " e se ..." é a válvula inconformista que move o que devia ou podia ter sido ...
Se não houvesse uma rebelião no Fluminense, em 1911, não existiria Flamengo ...
Se meu pai fosse mulher eu não teria nascido ...
Chacoalar os fatos e brincar com uma outra vertente do "E se ..." move nossos pensamentos e inspira a ficção.
É muito tênue a fronteira da decisão no sentido contrário ... nessa constância de atos decisórios (uns aparentemente miúdos, outros não), formamos o que somos, criamos uma realidade.
Ou não ... sempre desconfio da MATRIX ...
A profecia é praticamente a negação de tudo. Parece um veredito em forma de penitência divina e uma variação drástica do "e se ...".
"Não, eu não os perdoo pelo o que fazem, vamo parar com essa palhaçada aí ..." (ler com voz de divindade vingativa)
A catástrofe é uma solução preguiçosa.
Prefiro pensar que a festa do dia 20 será apenas uma grande celebração entre amigos ... embora verei Dona Dani com outros olhos azuis ...
Até pq há um furacão de nome Danielle a caminho ... e não vem de Londres.
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