tag:blogger.com,1999:blog-86678140517413095192024-03-13T16:15:14.104-03:00Eu também gostaria de saberSem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.comBlogger97125tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-77179647294037808182011-10-06T14:24:00.001-03:002011-10-06T22:35:32.000-03:00Agenda<div style="text-align: justify;">
Depois de amanhã entrarei em sua vida. Hoje observarei o modo como vira a página do livro e seu jeito de inclinar a cabeça ao ler, acompanhando as frases linha por linha com o dedo indicador. Observarei a porta se fechando quando você entra e cumprimenta a todos com timidez. Enquanto assobia uma canção e usa as gírias que inventou, no momento em que afastar o copo para o meio da mesa. Atentarei para o olhar que me acompanha e finjo não perceber. Quando conversarmos, prestarei atenção no assunto e não me perderei nos labirintos do seu rosto, de onde custo voltar com respostas. Tudo isso farei hoje, pois o amanhã a Deus pertence, mas depois de amanhã entrarei em sua vida.<br />
<br />
Até lá, digo sem dizer.
</div>
Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-9305081884971381132011-07-13T16:24:00.003-03:002011-07-13T16:47:11.638-03:00Ex nihilo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-_jOqUxdCnVw/Th3u7rMFrYI/AAAAAAAAAoU/nE68ayZzmlo/s1600/pintura.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="202" src="http://2.bp.blogspot.com/-_jOqUxdCnVw/Th3u7rMFrYI/AAAAAAAAAoU/nE68ayZzmlo/s320/pintura.png" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"> </div><div style="text-align: justify;">Tenho livros que não leio, CDs que não ouço, cérebro que não uso, coração que não bate. Tudo é não, o sim me nega e me recusa. Como em um filme repetido, com final conhecido, seguem os dias no cárcere. Sou prisioneira imaginária da repetição dos dias que se foram, dos que nunca terminam e dos que insistem em não chegar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Construí meu cárcere em um país distante, isolado pelo tempo, situado em mapa algum, onde as ruas divergem na direção, sem paralelo. Em busca do sentido das coisas, caminho pela cela, ampla como meu ego e tão pequena quanto permite a mediocridade. Não o encontro.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">As músicas não me dão um sentido, os livros, já não os quero, embora os ame e neles, talvez um dia volte a me refugiar em busca de um sentido fugidio e faça deles não o cárcere, mas o retiro espiritual de minhas veleidades. Não vejo nada para além de minha prisão sem janelas e penso na inexistência de algo extra-muros. Não há transcendência.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Tenho sentido o esmaecer de meus sentidos, quando me deixarem por completo restarão os pesadelos que, assim como tudo, são a repetição de velhos medos e recalques, impossíveis a mim de explicar e quando estes também se forem, nada me restará além da estrada asfaltada e retilínea por onde tantos passam e que é fácil de seguir, ali encontrarei um sentido, haverá bem e mal e eu em relação a eles, jamais para além. </div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-85077201253906569782011-06-23T15:06:00.001-03:002011-06-23T20:11:11.375-03:00Just a perfect day<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-dG8US8UZD6g/TgN-P3rDY6I/AAAAAAAAAmw/FW9Ccg2i2pk/s1600/Teatro+de+Bonecos+-+Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-dG8US8UZD6g/TgN-P3rDY6I/AAAAAAAAAmw/FW9Ccg2i2pk/s320/Teatro+de+Bonecos+-+Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> Assim que bateu a porta atrás de si, jogou-se pesadamente no sofá. Sem ligar o interruptor, caminhou até o toca discos e escolheu o de sempre, o disco que ouvia em noites como aquela, deixou que tocassem as primeiras faixas, foi criando o clima adequado, aproximou-se da janela, olhou o céu apagado da noite, sem estrelas, apenas iluminação da rua e resolveu abrir uma garrafa de vinho barato. À medida que as faixas avançavam os sentimentos cresciam na mesma proporção até que, por fim, chegou o ápice, Perfect Day, a letra o deixava triste, a voz de Lou Reed o desesperava e a melodia, Deus! Simplesmente não podia caber em si de tanta dor, a dor que não partilhava com ninguém e que era egoistamente toda sua. Queria que toda ela estivesse dentro dele e que o fizesse explodir, que no dia seguinte, quando não aparecesse no escritório, a chamada na secretária eletrônica encontrasse sua cabeça partida em milhares de pedaços e que seu peito, estivesse aberto e vazio. Acalentando todos estes pensamentos e com o vinho fazendo efeito cantou a plenos pulmões o refrão melancólico: 'it's such a perfect day'. Ele nunca havia passado com ninguém um dia como aquele descrito na música , nem com os pais, amigos ou qualquer mulher de ocasião e a mais remota idéia de que jamais o passaria aumentou ainda mais sua dor e desespero. Patético, se jogou na grade da varanda e chorou, muito, até sentir que toda a dor do mundo tomava conta de seu corpo. Abraçado à grade, bêbado e dolorido deixou que a garrafa escapasse por entre as barras, morava no sétimo andar, acompanhou sua queda com os olhos semicerados, por fim, escutou o som estridente da garrafa se partindo e pensou: ‘ihh’. Segundos após seu pensamento ouviu um grito de horror vindo lá de baixo, não era do demônio que o aguardava e nem de uma potencial vítima, mas do síndico: </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Filho da puta! Tá querendo matar alguém? </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Não... não, Seu Zé, desculpa.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Vê se dorme, seu pinguço, e desliga essa música de viado! </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Envergonhado, mas satisfeito voltou para a sala, afrouxou a gravata, pegou o telefone e discou para o número que já estava na memória do aparelho. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Laurinha? Viu... ou a gente estréia logo essa peça ou os vizinhos vão me mandar embora... a cena da garrafa já tá perfeita... </div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-71362586566651507472011-06-16T22:41:00.002-03:002011-06-16T22:53:00.583-03:00Fugaz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-bNVDUZ-qFow/TfqwB6ILzOI/AAAAAAAAAmc/uRIvq8-9wl8/s1600/1415.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="http://3.bp.blogspot.com/-bNVDUZ-qFow/TfqwB6ILzOI/AAAAAAAAAmc/uRIvq8-9wl8/s320/1415.JPG" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Naquele dia resolveu sair de casa com seu tênis rasgado. Choveu e fez muito frio. Havia saído cedo para procurar emprego. Junto aos diplomas, documentos e comprovantes levava o endereço para o qual se dirigia, uma rua com nome de estado americano em um bairro com homônimo nova iorquino. Anexado a tudo isso carregava a impressão de que nada em sua vida durara muito tempo e pensava se por força das circunstâncias ou por qualquer falha de caráter manifestada na idade adulta. A despeito de suas suspeitas, tinha algumas certezas, entre elas a de que se cansava rapidamente de tudo e se perguntava até quando esta constante mutabilidade perduraria, apenas isso seguia duradouro em sua vida. Perguntava-se também se assim como ela a chuva se cansaria e pararia de chover para que pudesse deixar o botequim onde se abrigara, comera uma coxinha e tomara chocolate quente, e então seguir para o emprego do qual gostava, e queria abandonar. Ao abrir o guarda chuva na porta do bar, sentiu algo molhado em si e o frio percorreu seu corpo. Havia escolhido o calçado errado, estava certa, contava também com a certeza de que algo naquele dia duraria. Teria que trabalhar pelo restante do expediente com as meias úmidas, a única conclusão a que chegara naquela semana.</div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-51511555985476450462011-06-05T14:40:00.003-03:002011-06-06T10:21:48.471-03:007:30 a.m. Parte I<div style="text-align: justify;">Sentada no banco mais alto do ônibus, torta e preguiçosa, avistou-o do lado de fora, era a primeira vez que se viam. Enquanto o olhava, notou que ele também a observava e a conversa telepática iniciada naquela noite perduraria até o desembarque.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ele se aproximou da catraca, passou o cartão no aparelho, sem que deixasse de olha-la, a frágil comunicação entre os dois aos poucos ganhava corpo, ela sabia que não podia desviar o olhar e que devia dizer a ele tudo o que se passava em sua mente por meio de seus olhos. Ele caminhou pelo corredor e decidido se sentou ao lado dela, ela havia se esquecido, ou, distraída que era, não percebera que o assento ao lado da janela estava desocupado, surpreendida pelo aceno de cabeça, que lhe devolvia ao mundo real, consentiu que o rapaz passasse entre seus joelhos e o banco da frente para, enfim, acomodar-se a seu lado e mais uma vez abaixar e levantar a cabeça num movimento rápido, quase nervoso, ainda olhava para ela, que retribuía numa tentativa desajeitada de transparecer certo ar de mulher fatal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desligou a música que ouvia, e se porventura ele resolvesse puxar assunto? Ele também ouvia música ou, talvez, como ela, também desligara o aparelho já que ela não escutava qualquer ruído vindo de seu fone. Talvez, também como ela, tivesse se esquecido de tirar os fones do ouvido, para que o outro percebesse a vontade de um diálogo vocalizado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Se olhavam indisfaçadamente, nada diziam, muito comunicavam. Ele adivinhava o pensamento dela, pensavam o mesmo, ainda que os olhos não se encontrassem podiam senti-los no momento em que realizavam pequenas incursões por seus corpos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela percebeu que se nada fosse dito naquele instante não seria também posteriormente, não haveria um depois, provável que não, olhou para o lado, sua boca se abriu numa tentativa de despedida, mas nada saiu, sinalizou ao motorista para descer no próximo ponto, levantou-se pesadamente e de costas para ele se lamentou, já na porta do coletivo virou-se pela última vez e percebeu que ele a acompanhava com o olhar. Desembarcou, agora era ela do lado de fora do ônibus e ele no assento mais alto, a troca de olhares continuou até o ônibus se afastar. O ônibus passou, o momento também, ele passou... e ficou.</div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-57070140251124787412011-05-07T19:34:00.000-03:002011-05-07T19:34:33.415-03:00Thiago Pethit e Tiê - Essa Canção Francesa<iframe width="480" height="295" src="http://www.youtube.com/embed/wnj9f2-_TKo?fs=1" frameborder="0" allowFullScreen=""></iframe>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-4432051041195653472011-04-17T12:18:00.000-03:002011-04-17T12:18:08.234-03:00Fragmentos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-f56FlynxvSg/TasD2YKlFRI/AAAAAAAAAmE/z7ypV90Hwxg/s1600/Segredos+do+buraco+negro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-f56FlynxvSg/TasD2YKlFRI/AAAAAAAAAmE/z7ypV90Hwxg/s320/Segredos+do+buraco+negro.jpg" width="240" /></a></div><!--[if gte mso 9]><xml> <o:OfficeDocumentSettings> <o:RelyOnVML/> <o:AllowPNG/> </o:OfficeDocumentSettings> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--> <m:smallfrac m:val="off"> <m:dispdef> <m:lmargin m:val="0"> <m:rmargin m:val="0"> <m:defjc m:val="centerGroup"> <m:wrapindent m:val="1440"> <m:intlim m:val="subSup"> <m:narylim m:val="undOvr"> </m:narylim></m:intlim> </m:wrapindent><!--[endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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</div><div> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Seguro a caneta como se calculasse a medida entre o abismo que em mim criei e a vontade que o separa do salto para dentro dele. Acostumei-me ao comodismo da atração que as coisas exercem sobre mim, flutuo constrangida por seu magnetismo. Vinda do alto falante uma voz diz ‘you know how I feel’ quando de fato, o fato é tudo o que se produz e sigo meu fado sem saber como me sinto sobre o que sinto. Atraio-me para dentro de mim, sem caminhar ou fazer esforço. Levito. O buraco negro me suga. Vivo dentro de mim e me basto, não quero cruzar meus muros, não quero o raso, não quero o profundo. Basta. Não quero, não querer basta, basta não querer. Basta de não querer.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Cosmétrica</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ando cismando com minhas mãos, quem as tem segurado também, cismo se com a falta de esmalte e excesso de cutícula que o tempo escasso ocasionou, ou se com o excesso de tempo que nelas repousou. Lembro-me de terem sido mais lisas e cândidas, hoje ouvem do lápis o quanto eram chatas naquela época e tão poucas histórias tinham a contar, mas nem um lápis sabe entender a angustia da mulher com o tempo, mesmo daquela que fez dele seu ofício e seu sustento.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Papel e caneta</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nossos poros se encontram na escrita e nos interstícios deles deixo anotadas minhas impressões.</div></m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-11603036056737764852011-03-05T22:02:00.001-03:002011-03-05T22:24:14.721-03:00Mãos, pés, nariz. O frio e o calor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-CYkUurs5C8E/TXLbazDHFTI/AAAAAAAAAlw/2DMICBddBgE/s1600/beautyinevchuvanajanela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="230" src="https://lh5.googleusercontent.com/-CYkUurs5C8E/TXLbazDHFTI/AAAAAAAAAlw/2DMICBddBgE/s320/beautyinevchuvanajanela.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Tenho mãos e pés frios. A ponta do nariz, também. Faz frio lá fora e a tarde cinzenta traz recordações do que foi e do que ainda não chegou. As lembranças do que está por vir invadem o espaço deixado pelo que passou e consomem aos poucos o calor que ainda resta na sala de estar dos pensamentos, antes ocupada por deambulações sinestésicas. O tango nunca admirado in loco, as cordilheiras que rasgam o céu azul e os luminosos de Tóquio, tal como recortes de revista, fazem a vez do protetor de tela de meu desktop mental. O gosto do chá continua no paladar e o travo na língua remete a lembranças vizinhas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Meus pés estão firmes no chão e o vento que entra pela janela me lembra do dia em que os molhei nas águas frias do Pacífico, naquela viagem ao Chile, onde nunca estive. Lembro-me também de já os ter molhado em outras águas frias, onde estive, ainda que custasse a crer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Minhas mãos frias sustentam o queixo, logo abaixo de um olhar que contempla o cinza indeciso da tarde, visto pelo vidro de uma janela fechada, farta em gotejos de cusparadas dos querubins entediados. O olhar, mira um tanto mais além ansioso por encontrar aquelas mãos que emprestaram calor às minhas, já enrugadas, no meu aniversário de 62 anos. As mãos ainda se lembram do calor de outras e de por alguns instantes terem permanecido em temperatura normal, ainda que com um calor emprestado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A ponta gelada de meu nariz transporta-me ao frio estádio da final do Mundial Interclubes de Dezembro de 2020, entre Palmeiras e Barcelona, no Japão. Lembra-me também das manhãs frias em que minha mãe com mãos quentinhas me agasalhava para ir à escola, mas, apesar de seu empenho, o nariz continuava gelado e passados muitos anos descobriu que apenas lágrimas quentes e beijos ardentes o poderiam esquentar.</div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-91743212016833996562011-02-06T22:48:00.001-02:002011-02-06T22:50:44.070-02:00100Os 99 posts anteriores estão traduzidos nesta canção, nas duas versões, para ser mais precisa.<br />
Agradecemos a preferência.<br />
<br />
<iframe title="YouTube video player" width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/Aht9hcDFyVw" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
<br />
<iframe title="YouTube video player" width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/rDyb_alTkMQ" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-68416377249775654942011-02-02T22:09:00.001-02:002011-02-03T15:07:17.833-02:00Epifania<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TUnwfpdXqhI/AAAAAAAAAlU/tL5uHS2R7GE/s1600/banksy+baloon+girl.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TUnwfpdXqhI/AAAAAAAAAlU/tL5uHS2R7GE/s200/banksy+baloon+girl.jpg" width="190" /></a></div><m:smallfrac m:val="off"> <m:dispdef> <m:lmargin m:val="0"> <m:rmargin m:val="0"> <m:defjc m:val="centerGroup"> <m:wrapindent m:val="1440"> <m:intlim m:val="subSup"> <m:narylim m:val="undOvr"> </m:narylim></m:intlim> </m:wrapindent> </m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Hoje acordei com fome. Depois do banho e de todo o ritual que o sucede, resolvi tomar o café na padaria. Pedi ao rapaz a já tradicional média e pão com manteiga na chapa, após o primeiro gole seguido da mordida no pão, notei que o que tinha não era fome, mas alguma inquietação que me atrapalhara o sono e me fizera sair da cama horas antes do habitual. Com tempo de sobra, tomei calmamente o restante do desjejum e refleti sobre o quanto detestava aquela palavra, também não gostava da palavra almoço, mas simpatizava pelo jantar. Tomado o café, me demorei na banca de jornal, onde tradicionalmente me informo, sem nunca comprar jornal ou revista. Caminhei pela avenida, incomodada pela estranha sensação... de sede? Ansiosa por resolver a questão, comprei uma garrafa d’água, sentia mesmo um pouco de sede, mas não era ela a razão oculta do desconforto.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Durante o passeio pela avenida notei as pessoas que por mim passavam, os prédios por onde eu passava e a vida que perpassava a tudo. Os pés caminhavam com independência, sem precisarem das ordens da cabeça, que se ocupava em não ter ocupação alguma, além de apenas decodificar o que as retinas a ela enviavam. Os mesmos pés autônomos, como que impelidos pela mente dispersiva que retorna a si, estacaram diante da arte urbana e naquele momento os pés, a cabeça oca, o estômago e a retina se reintegraram, reconhecendo que pertenciam ao mesmo corpo, numa epifania percebi que estava sim com fome e sede e já beirava a inanição. Sentia fome de arte e sede da fluidez da beleza em mutação. </div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-58064191792454710462011-01-21T20:04:00.002-02:002011-01-21T20:06:22.024-02:00<m:smallfrac m:val="off"> <m:dispdef> <m:lmargin m:val="0"> <m:rmargin m:val="0"> <m:defjc m:val="centerGroup"> <m:wrapindent m:val="1440"> <m:intlim m:val="subSup"> <m:narylim m:val="undOvr"> </m:narylim></m:intlim> </m:wrapindent> </m:defjc></m:rmargin></m:lmargin></m:dispdef></m:smallfrac><br />
<div class="MsoNormal">Cecília e eu</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Cecília pediu um café</div><div class="MsoNormal">Adoçou, bebericou e fitou além</div><div class="MsoNormal">Quando retornou de sua contemplação</div><div class="MsoNormal">Mirou o fundo da xícara e tão amarga quanto </div><div class="MsoNormal">O café e doce quanto o açúcar, me aconselhou:</div><div class="MsoNormal">Guarde a caneta, menina.</div><div class="MsoNormal"> <u>--------------------------------------------------------</u></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Passei a tarde as procurando, correram de mim.</div><div class="MsoNormal">Na gana de alcançá-las me senti aleijada.</div><div class="MsoNormal">Na ânsia de dizê-las, me senti muda.</div><div class="MsoNormal">O tempo me muda e elas ainda</div><div class="MsoNormal">Correm, correm de mim, se esparramam</div><div class="MsoNormal">Em minha mente, teimam em não formar fila,</div><div class="MsoNormal">Perambulam soltas e esquecidas de sua serventia</div><div class="MsoNormal">Não são ordeiras, impontuais e renitentes</div><div class="MsoNormal">Desobedecem às minhas súplicas</div><div class="MsoNormal">Me afogam por dentro e me mostram que o que</div><div class="MsoNormal">Sinto é sede... de buscá-las, o que me mata de sede.</div><div class="MsoNormal">Elas correm de mim.</div><div class="MsoNormal"><i><u>-------------------------------------------------------------------</u></i></div><div class="MsoNormal">Estupor</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><b>ES</b>tive pensando</div><div class="MsoNormal"><b>TU</b>do passou</div><div class="MsoNormal"><b>POR </b>onde foram as idéias?</div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-81548897566733298492010-12-31T13:05:00.000-02:002010-12-31T13:05:00.745-02:00Friends<!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--> <m:smallfrac m:val="off"> <m:dispdef> <m:lmargin m:val="0"> <m:rmargin m:val="0"> <m:defjc m:val="centerGroup"> <m:wrapindent m:val="1440"> <m:intlim m:val="subSup"> <m:narylim m:val="undOvr"> </m:narylim></m:intlim> </m:wrapindent><!--[endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TR3r3W1fUzI/AAAAAAAAAlE/SWOxptvjO-E/s1600/040123_friends_hmed_3p.hmedium.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="248" src="http://3.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TR3r3W1fUzI/AAAAAAAAAlE/SWOxptvjO-E/s320/040123_friends_hmed_3p.hmedium.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Se a vida fosse a abertura de Friends eu seria feliz. Sorriria sempre, estaria rodeada pelos que me fazem bem, efusiva, sem me envergonhar dos gestos que demonstrariam isso. Dançaria embalada pela música, se tudo se resumisse a esse alegre prefácio, a vida seria leve e haveria poucas outras necessidades alheias a isto, mas, assim, a tristeza não teria morado em mim por tantos dias sem manhã nem tarde, em uma cidade imensamente maior que meu desejo de sair da cama e tão pesada quanto o peso que nela me mantinha, os dias cinzas passariam despercebidos e eu não teria buscado escapar deles em uma sala iluminada, com pessoas igualmente brilhantes com as quais dei meus primeiros passos teatrais, e eles comigo. A estes seres de luz agradeço pelo resgate que promoveram ao me tirarem da imersão indolente da auto piedade, agradeço pela mágica de nosso encontro e pelo aprendizado e crescimento mútuo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Se minha vida fosse a abertura de Friends, todos os dias ela se repetiria radiante, bastaria, a rotina seria cômoda. A imobilidade geraria a contemplação apenas do que a vista alcança e limitaria o horizonte de entendimento das potencialidades humanas e do auto conhecimento, o paladar não se alteraria, a cabeça permaneceria nos lugares comuns, brumas de países exóticos ficariam por exalar, experiências metafísicas permaneceriam no plano transcendental e a concretização do sublime não se daria.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Eu seria amiga da Rachel, da Phoebe e da Monica e não teria a presença constante da Elisa nos meus pensamentos. A ela agradeço por não desistir de nossa amizade, por sempre perdoar minha ausência e displicência, por ser a irmã que não tive e que hoje sou obrigada a amar a distância... quando o telefone toca pela manhã é impossível não me lembrar do “Cami, tá estudando?”.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">À Mari Carla agradeço pela amizade de tantos anos, pela paciência e doçura, mesmo nos dias de estrada poeirenta. Obrigada pelos shows que assistimos juntas, pelos que ainda veremos, por tudo o que vivemos ao longo do ano e por ter vindo com a Juju no churras... mesmo não comendo carne. Baby, baby, baby, light my way...</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Sendo uma abertura de seriado, somente o lado bonito da vida apareceria e a dureza de um dia de trabalho não ficaria ali estampada, bem como aquilo que a Luana e o Wellington me ensinaram vivendo e sorrindo, a despeito das diferentes trajetória individuais e dramas particulares. Nada melhor que um sorriso para começar e terminar bem o dia e, no meio dele, salgadinho Torcida e Dolly Guaraná quente emoldurando o quadro de nosso boteco simplório e improvisado, palco de conversas igualmente prosaicas salpicadas de ensinamentos práticos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Agradeço à Danielle por ser música, poesia, humanidade e imperfeição. Por ser admirável e comovente em sua fragilidade. Gracias por ter feito parte de minha peregrinação e pelas cores que trouxe a ela, pelos não julgamentos, por tudo o que dividiu comigo, pelo que me permitiu dividir com ela e pelo que dividimos as duas.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Foi um ano de reencontros, com pessoas que não via há alguns anos e que contribuíram em parte no que sou hoje, também reencontrei alguém que não sabia ter perdido, até me deparar com ela por boulevares, red lights e ramblas da vida. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Aos que continuaram comigo na caminhada, peço mais um ano em sua companhia, aos que embarcaram agora, bem-vindos, e aos que decidiram seguir por outras vias, aquele abraço!</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Gracias a la vida, que me ha dado tanto.</div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-53339055159769904772010-11-28T00:19:00.000-02:002010-11-28T00:19:38.249-02:00Joe Dassin - Les Champs Élysées<object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/9SDWl18As5w?fs=1&hl=pt_BR"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/9SDWl18As5w?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-69042152905136309652010-11-26T00:39:00.001-02:002010-11-26T00:40:49.279-02:00Posso ajudar?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TO8clJsetvI/AAAAAAAAAks/Gg8LWAkVon8/s1600/oldmaninsorrow_vangogh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TO8clJsetvI/AAAAAAAAAks/Gg8LWAkVon8/s320/oldmaninsorrow_vangogh.jpg" width="254" /></a></div><div style="text-align: justify;">Naquela tarde ele só queria conversar. Assim que entrou pela porta percebi que seus olhos procuravam avidamente por qualquer uma de nós. Eu me aproximei e antes mesmo de lhe apresentar minhas melhores opções o homem iniciou um diálogo sobre o tempo e sobre como nessa época quente é salutar a chuva do fim de tarde. Ao notar seu desinteresse pelo que pudesse lhe oferecer naquela tarde, resolvi acatar sua vontade, de apenas conversar. Em nosso diálogo privado éramos os melhores interlocutores. Apontei a janela e mostrei a ele nosso jardim, regado todas as manhãs por alguma das moças da casa, contei a ele sobre minha predileção por gérberas, tão alegres, abertas, coloridas e ele me perguntou quando havia sido a última vez que alguém me havia dado flores. Não soube responder e um silêncio se fez entre nós, ele logo voltou a si deste estado de constrangimento e sinceridade, percebeu que mesmo sendo frequentada durante todo o dia por várias pessoas, nossas relações eram estritamente profissionais, embora minha principal função fosse propiciar alegrias fugazes aos meus clientes. Ao notar sua face enrubescida, decidi que ele deveria conduzir a conversa. O homem, pouco imaginativo diante de um universo de possibilidades que poderia lhe apresentar, voltou a falar sobre o calor que fazia naquela tarde, convidei-o para se aproximar do ventilador onde, quem sabe, ele recobraria o ânimo e deixaria que fizesse meu trabalho.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Um pouco mais animado e bem disposto, resolveu que era hora de voltar para casa, para a família e para a vida que continuava, alheia e independente de mim ou dele e da tarde que passáramos juntos. Percebi que relutava em me deixar e perguntei se realmente não havia nada que eu pudesse fazer por ele. Por segundos senti sobre mim o peso de seu olhar recriminador que num gesto quase telepático telegrafava: 'não percebe o quanto me ajudou?' desfeito o olhar, ele respondeu com calma: 'me veja, então, um envelope branco'.</div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-67106268278479370942010-11-26T00:03:00.002-02:002010-12-29T11:47:35.314-02:00Il amore<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">-...Você sabe que te amo...</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Sim, eu sei... mas por que você está me dizendo isso? Você vai me deixar...</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Não! Você sabe que eu nunca conseguiria, apesar de me desapontar tanto às vezes. Sempre me vêm à mente os momentos bons que você me proporcionou, a identidade que me ajudou a formar... me mostrou o que é amar sem querer nada em troca, mas, Deus! Você me mata cada vez que resolve entrar em uma nova disputa, abandona seus planos no meio do caminho, parece até que não se importa com meus sentimentos. Sempre faz promessas, diz que vai melhorar, assumir os erros e responsabilidades... tão velho e tão imaturo.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Me perdoa mais uma vez!! Você sabe que meu temperamento se deve à minha origem, sei que sou tempestuoso e sei também que não tenho feito por merecer seu amor, mas eu preciso de você comigo, me apoiando nos momentos difíceis, comemorando comigo a cada conquista, você se lembra de onze anos atrás?</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Era só o que me faltava! Onze anos atrás! Você pensa que eu sou o quê? Museu, historiadora? Quero viver o presente, querido. Comemorar conquistas? Que conquistas??? Você vive fora de casa, e diz que tudo irá melhorar depois que a reforma terminar, uma ova! A mim você não engana mais.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">- Querida... eu só posso pedir que você me perdoe... sei que você sempre foi leal a mim, que sempre me defendeu e até brigou em meu nome, sei também que sou o único a quem amou... não voltarei a fazer promessas, exceto uma: se você não me deixar, nossos dias de glória voltarão e você seguirá me amando, como sempre e se orgulhará como nunca, te darei o mundo se você me der mais um tempo.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">-Eu te amo. Você me engana, me aborrece, traz descontentamento, às vezes até me envergonha, no entanto, eu saberia viver sem o essencial, mas não saberia viver sem você.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
Palmeiras, minha vida é você.</div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-43899755544770727972010-10-31T14:49:00.002-02:002010-11-01T21:15:33.283-02:00Longe de casa, perto de mim. No caminho.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TM2Zmg6t5xI/AAAAAAAAAko/DsLcWjy89p8/s1600/DSC_0726.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="http://3.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TM2Zmg6t5xI/AAAAAAAAAko/DsLcWjy89p8/s320/DSC_0726.JPG" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i>Dedico este texto aos santos, loucos e malditos,</i><br />
<i> que tentando se encontrar se perderam e tentando </i><br />
<i>se perder encontraram seu religare.</i></div><div></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Por muitos meses, talvez por uns poucos anos, me senti como na música de Adriana Calcanhoto, não morando mais em mim. A vida e a rotina oferecem caminhos atrativos de se trilhar, lineares, até certo ponto, e é possível ser muito feliz seguindo nesta trilha, é desafiador e nobre escolher uma profissão, seguir ou não nela, encontrar alguém para ter ao lado e viver feliz para sempre, ou por uns dias e se preocupar com as contas que vencem todo mês. É perfeitamente possível se sentir alegre assim, mas, para mim, havia deixado de ser o suficiente. A substância acabara.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Não sei que nome dar à jornada realizada pelo exterior de minha rotina e pelo interior de mim, provavelmente o melhor título para estampar a capa de minhas memórias seja o de peregrinação. O peregrino é aquele que segue numa viagem em busca do sagrado, mas, principalmente, de si mesmo, (sendo o próprio eu o sagrado) dada esta definição do que seja um peregrino, creio me ajustar confortavelmente nela. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Minha busca pelo sagrado diferiu da usualmente conhecida em alguns pontos, o que me remete ao filme do Bergman, o Sétimo Selo, em que o cavaleiro que perdeu a esperança de encontrar a Deus resolveu procurar pelo Diabo, somente para confirmar a Deus. Meu Santo Graal era a busca de compreensão, mais que uma compreensão intelectiva, mas o entendimento do outro, que também sou eu. Uma vez que ser-humano é algo que partilhamos, é cabível, portanto, dizer, que saí em busca de mim. Parti rumo à minha cruzada pessoal, sem espada, escudo, armadura e, tampouco, inimigos, abri o coração para as feridas que adviessem do encontro comigo. Vivi, me permiti.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O coração voltou maior e cicatrizado pelo bálsamo de paisagens, pela grandiosidade do potencial humano de construir coisas belas, por odores e gostos, por gestos e muitos sons, pela percepção de que não importa onde estejamos, a música e a poesia são universais e estão entranhadas no mais belo lado do prisma que somos. Voltou cheio do amor que já não mais sentia por mim, com mais compreensão emotiva que racional, com o entendimento de que só nos tornamos inteiros quando partilhamos, seja carinho, confidências, chansons, germes de metrô ou um prato de comida.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Voltei a morar em mim e a gostar dessa casa reformada, mais aberta, arejada e iluminada, onde existe amor, compreensão e, finalmente, paz.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">‘I went wandering’ </div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-79749401262440540352010-10-12T22:36:00.000-03:002010-10-12T22:36:43.133-03:00Los Hermanos - Primeiro Andar<div align="center" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">Já vou, será<br />
eu quero ver<br />
o mundo eu sei<br />
não é esse lá</span></div><div align="center" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">por onde andar<br />
eu começo por onde a estrada vai<br />
e não culpo a cidade, o pai</span></div><div align="center" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">vou lá, andar<br />
e o que eu vou ver<br />
eu sei lá</span></div><div align="center" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">não faz disso esse drama essa dor<br />
é que a sorte é preciso tirar pra ter<br />
perigo é eu me esconder em você<br />
e quando eu vou voltar, quem vai saber</span></div><div align="center" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">se alguém numa curva me convidar<br />
eu vou lá<br />
que andar é reconhecer<br />
olhar</span></div><div align="center" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">eu preciso andar<br />
um caminho só<br />
vou buscar alguém<br />
que eu nem sei quem sou</span></div><div align="center" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">Eu escrevo e te conto o que eu vi<br />
e me mostro de lá pra você<br />
guarde um sonho bom pra mim</span></div><div align="center" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt;">eu preciso andar<br />
um caminho só<br />
vou buscar alguém<br />
que eu nem sei quem sou</span><br />
<br />
<object height="132" width="353"><embed src="http://www.goear.com/files/external.swf?file=7df1f24" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" quality="high" width="353" height="132"></embed></object></div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-75018203666851322802010-09-29T22:04:00.000-03:002010-09-29T22:04:33.645-03:00Umbabarauma<object width="480" height="392"><param value="http://video.globo.com/Portal/videos/cda/player/player.swf" name="movie" /><param value="high" name="quality" /><param value="midiaId=1347362&autoStart=false&width=480&height=392" name="FlashVars" /><embed width="480" height="392" flashvars="midiaId=1347362&autoStart=false&width=480&height=392" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" src="http://video.globo.com/Portal/videos/cda/player/player.swf"></embed></object>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-81798021338350394942010-09-07T23:15:00.003-03:002010-09-07T23:24:37.438-03:00Invocação para um dia líquido<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TIbyG5EpwYI/AAAAAAAAAkI/Zv9FhNWsLqI/s1600/chuva.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TIbyG5EpwYI/AAAAAAAAAkI/Zv9FhNWsLqI/s320/chuva.jpg" /></a></div><span xmlns=""></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Muito provavelmente seja pelo fato de eu ter nascido em um dia de chuva. Meus pais me contaram que choveu muito durante toda aquela semana e que o percurso até a maternidade se fez não sem dificuldades, pois o Rio Tietê transbodara, deixando parado o trânsito na Marginal. Nasci às 11 horas de uma noite chuvosa, como deveria mesmo ser a primeira noite da estação verdejante. Certamente é a isto que se deve minha natureza líquida, sempre se moldando aos diferentes continentes e situações, fluindo sempre.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Talvez também se deva a isso o carinho que tenho pelos dias de chuva, a simpatia que rendo pelo céu que chora. De forma semelhante, também aprecio homens que sabem chorar. Credito também a esta condição de nascença o fato de ser o chorinho o ritmo musical que mais me aproxima de um estado contemplativo, de quase transcendência.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Eu amo o que há de úmido no ser humano, conotativa e denotativamente, objetiva e subjetivamente. Amo as metáforas que comparam estados de espírito a tudo que diga respeito ao que é aquático, da suavidade de um riacho que corre ao ímpeto do mar tormentoso. Somos água. Vivemos no planeta água.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Se viemos do pó, e a ele retornaremos, quero aproveitar ao máximo minha transitoriedade líquida, viver liquidamente minha humanidade, pois amo o que há de líquido no ser humano, conotativa e denotativamente...</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">O título do post vem de parte do título de uma música do Cordel do Fogo Encantado. </span></div><span xmlns=""></span>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-28163225616758383392010-09-05T23:36:00.002-03:002010-09-06T10:56:46.610-03:00Poema do amigo aprendiz<span xmlns=""><span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.<br />
Nem tão longe e nem tão perto.<br />
Na medida mais precisa que eu puder.<br />
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,<br />
Da maneira mais discreta que eu souber.<br />
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.<br />
Sem forçar tua vontade.<br />
Sem falar, quando for hora de calar.<br />
E sem calar, quando for hora de falar.<br />
Nem ausente, nem presente por demais.<br />
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.<br />
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!<br />
E por isso eu te suplico paciência.<br />
Vou encher este teu rosto de lembranças,<br />
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...<br />
<br />
Poema atribuído a um bocado de gente</span><br />
</span><br />
<span xmlns=""></span>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-60184265582676890442010-08-28T16:55:00.001-03:002010-08-28T16:55:50.442-03:00Just - Radiohead<iframe frameborder="0" height="225" src="http://player.vimeo.com/video/10975724" width="400"></iframe><br />
<a href="http://vimeo.com/10975724">Radiohead - Just</a> from <a href="http://vimeo.com/user1965120">Viinyscrib</a> on <a href="http://vimeo.com/">Vimeo</a>.Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-841185280900814302010-07-30T19:18:00.002-03:002010-07-30T19:26:51.357-03:00V de Vinagrete<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TFNQImcPKKI/AAAAAAAAAi4/hvEYn16qc5c/s1600/V%2Bde%2BVingan%C3%A7a.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TFNQImcPKKI/AAAAAAAAAi4/hvEYn16qc5c/s320/V%2Bde%2BVingan%C3%A7a.JPG" /></a></div><span xmlns=""></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Quando desenvolvemos mais proximidade com uma pessoa é natural que digamos ou perguntemos algumas coisas. Hoje esse dia chegou. No começo da tarde bateu uma fominha por fritura e, como faço habitualmente, fui até a barraca de pastéis da Dona Maria esculpir minha silhueta. Em alguns horários o local costuma ficar cheio de pessoas que trabalham na construção do prédio em frente e pelos freqüentadores da banca de jornal ao lado, sempre que o assunto interessa me sociabilizo com essas pessoas e até já sei o nome de algumas, mas toda a movimentação acabava me dificultando a pergunta tantas vezes ensaiada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Hoje, surpreendentemente, a barraca estava vazia. Só a Dona Maria e o marido estavam lá. Pedi um pastel de carne e um copo de caldo de cana, conversa vai, conversa vem... terreno sondado e pedi mais um pastel. Na primeira mordida tomei coragem e disparei a senha: "a coisa mais besta que já inventaram nessa cidade foi proibir o vinagrete...". A senha foi identificada, os dois trocaram um olhar e ela, em seguida, olhou para o isopor. Em tom de confidência me disse a meia voz "hoje acabou cedo, mas eu sempre deixo um potinho guardado ali no isopor pra quem gosta...". Respondi com um olhar e um sorriso.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Segundo um amigo meu, o instinto Judas é inerente à condição humana, logo, por princípio, estamos todos designados a praticar crimes, contravenções e demais felonias contra instituições e pessoas. Os seguidores de Rosseau argumentam que o meio nos torna mais ou menos aptos a nos enquadrarmos no que ditam as leis da mesma sociedade que nos corrompe. Segundo Thomas Hobbes, a voracidade do homem e a escassez de recursos impõem a necessidade de que sejam estabelecidos pactos sociais, representados pelo que designou como contrato social e em nome da paz os homens devem ceder parte de seus direitos a um soberano, que atuaria como regulador da sociedade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Na teoria do Gustavo somos todos naturalmente traidores e na de Rosseau o meio nos corrompe, infere-se daí que o governante regulador dos recursos esteja sujeito a todas essas vicissitudes humanas, a menos que ele seja extra humano. Se "no fundo todos herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo, além da sífilis, é claro", também trouxemos em nosso código genético uma maldição universal, a da incapacidade de nos adequarmos a regras. Talvez por isso existam tantas religiões, ou justamente por isso... elas pretendem nos lapidar e fazer com o que existe de bom em nós aflore de maneira mais acentuada que a maldade inata, da mesma forma como pretende também nos tornar aptos à obediência de regras e contratos. Seria um processo dialético em que a religião funcionaria como a cura e também como a doença, já que muitas denominações fazem parte do processo sintomático do embuste.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">O futebol seria outro elemento de coesão, regulamentação, equilíbrio e domesticação de impulsos primitivos dentro das quatro linhas. Este esporte tem regras bem definidas que visam à igualdade entre os oponentes que, previamente, aceitam de comum acordo o resultado da partida, definida pela superioridade do oponente, destacada inferioridade ou, pela sorte, já que a bola rola no chão, é telúrica e, assim, também, está sujeita às intervenções do mundo supra lunar, em tese, perfeito. No campo de embate é requerida a lealdade para com o companheiro, com a equipe que defende ou país que representa, mas também, e além de tudo isso, os oponentes devem ser leais entre si, desde antes da invenção do <i>fair play </i>e desde o momento em que a agressividade exacerbada e falta de regras do esporte, em seu surgimento, foram contidas na Inglaterra do século XIX... tenho uma visão romântica do esporte, admito.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Os governos são falhos, as pessoas desleais e como D. Corleone advertiu seus filhos: "a traição está em toda parte". Em Outubro, vamos dar o troco, viva o ludopédio, ele tem a razão e ainda conserva um pouco de pureza dentro das quatro linhas. Vamos abolir o Estado! Viva o vinagrete!<br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">'Ideas are bulletproof' V.<br />
</span></div><span xmlns=""></span>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-32250765106272967242010-07-28T06:44:00.005-03:002010-07-28T07:41:10.816-03:00Tiê - Dois<object width="400" height="250"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/UKufqS68pGk&hl=pt_BR&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/UKufqS68pGk&hl=pt_BR&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="400" height="250"></embed></object>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-44688029766510129622010-07-21T18:15:00.003-03:002010-07-21T18:28:41.667-03:00Quer dar um rolê?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TEdl8TcUftI/AAAAAAAAAiI/HT24pBumYJ4/s1600/tetris.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TEdl8TcUftI/AAAAAAAAAiI/HT24pBumYJ4/s320/tetris.jpg" /></a></div><span xmlns=""></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span xmlns="">O dia começa e com ele vem a impressão de que será só mais um dia normal, impressão logo desfeita pela lembrança de que naquele dia deveria haver aula e a necessidade de pegar um ônibus até a escola. Junto com a constatação surgem rugas de preocupação ocasionadas pela memória recente dos seguidos apertumes, mas, logo, as rugas cedem lugar para um sorriso de canto da boca que, assim como as rugas, foi gerado pela lembrança de que as situações mais engraçadas e bizarras da semana acontecem dentro do ônibus.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Andar de ônibus em São Paulo é o caos e isso não precisa ser reforçado, já que é senso comum. É chocante como nos acostumamos a tudo, desde o que é bom ao que não é. Aqui, ao que tudo indica, todos já se acostumaram a viajar como sardinha em lata, há pouca reclamação, ninguém fica espantado depois de dar o sinal três vezes para os ônibus pararem e nenhum deles fazer isso devido ao excesso de passageiros (quando digo excesso me refiro ao fato de não ser possível embarcar nem pela porta traseira, é muito comum os motoristas darem carona quando não se consegue entrar pela dianteira). Enfim, todos se acostumaram à mazela que é precisar andar de ônibus nos períodos compreendidos entre as cinco e oito da manhã e das cinco da tarde até oito da noite.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Apesar de tudo, andar de ônibus pode ter alguma diversão para quem ainda não se cegou perante a rotina e o cansaço. Meus olhos ainda conseguem se encantar. Meu trajeto favorito, quando não estou com pressa, é ir da Zona Sul à Zona Oeste evitando o metrô. O percurso dura aproximadamente uma hora e quinze, dependendo de onde se quer ir na Zona Oeste. A peculiaridade pode se resumir ao trajeto em si, uma vez que o ponto de baldeação é o Terminal Princesa Isabel, praticamente no Centro, o que obriga o transeunte a observar alguns pontos notáveis da cidade, como o Parque do Ibirapuera, ainda na Zona Sul, o edifício parecido com o joguinho Tetris na Avenida 23 de Maio, Avenida São João, Angélica, Praça da República e por aí vai. Devidamente baldeada, dependendo do ônibus escolhido, se passa sob o Viaduto Antártica, sim, aquele da Arrancada Heróica de 1942... pelo Parque Antártica, SESC Pompéia e Parque da Água Branca, é uma parte muito bonita no percurso. Porém, ai porém, a beleza e excentricidade não se resumem às avenidas famosas e construções antigas do Centro, a chave do passeio perfeito está nos detalhes que compõem a paisagem, física e humana. Na região central, existem inúmeros sebos, brechós, lojas de móveis antigos, oficinas de luthiers, bem como cinemas abertos 24h, como aqueles do filme Taxi Driver, casas de evento que anunciam "veja o cartaz aqui dentro" (existe uma lei municipal que proíbe a exposição, em lugares públicos, de propaganda erótica). Há, também, templos que prometem ajuda espiritual, como a Casa do Pai da Luz, sem contar com os milhares de anúncios colados nos postes que oferecem de tudo um muito.</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Os usuários do transporte público que fazem este percurso são, geralmente, trabalhadores e moradores das regiões do Brás e do Bom Retiro, ou seja, muitos bolivianos utilizam esta linha, bem como outros imigrantes que desejam chegar à polícia federal na Lapa. </span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Dada a demora na conclusão da viagem, as pessoas escolhem várias formas de passar o tempo, são três as favoritas (em ordem de recorrência) dormir, ler, ouvir música. Em Itatiba, se demora no máximo 30 minutos de ônibus de um ponto mais distante ao outro, não havendo tempo para sonecas e leituras, já que ninguém vai de um ponto ao outro e a viagem acaba durando muito menos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns="">Os usuários freqüentes do transporte público aqui em São Paulo passam boa parte do dia pulando de um ônibus para outro, às vezes intercalando com metrô e trem, é cansativo e irritante o desconforto, mas, apesar disso, todas as pessoas que não estão usando um fone de ouvido, dormindo ou lendo são sempre solícitas quando perguntadas sobre "como eu faço pra chegar nessa rua?" ou "qual o ponto de ônibus mais próximo desse lugar?" cujas respostas gentis são sempre agradecidas com um risonho "brigada, moço/a". O "moço/a" é só pra deixar claro que ela veio do Interior.<br />
</span></div><span xmlns=""></span>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8667814051741309519.post-42882294582321892052010-07-21T18:14:00.004-03:002010-07-21T18:31:15.557-03:00Nuvens...<span xmlns=""></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TEdlUE9-4sI/AAAAAAAAAiA/lMHurHa1ho4/s1600/nuvens.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_Pscm2bMqiXg/TEdlUE9-4sI/AAAAAAAAAiA/lMHurHa1ho4/s320/nuvens.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;" xmlns="">Nuvens... Hoje tenho consciência do céu, pois há dias em que o não olho mas sinto, vivendo na cidade e não na natureza que a inclui. Nuvens... São elas hoje a principal realidade, e preocupam-me como se o velar do céu fosse um dos grandes perigos do meu destino. </span><br />
<br />
<span style="font-size: small;" xmlns="">Nuvens... Passam da barra para o Castelo, de Ocidente para Oriente, num tumulto disperso e despido, branco às vezes, se vão esfarrapadas na vanguarda de não sei quê; meio-negro outras, se, mais lentas, tardam em ser varridas pelo vento audível; negras de um branco sujo, se, como se quisessem ficar, enegrecem mais da vinda que da sombra o que as ruas abrem de falso espaço entre as linhas fechadoras da casaria. </span><br />
<span style="font-size: small;" xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;" xmlns="">Nuvens... Existo sem que o saiba e morrerei sem que o queira. Sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim, a média abstrata e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu nada também.</span><br />
<span style="font-size: small;" xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;" xmlns="">Nuvens... Que desassossego se sinto, que desconforto se penso, que inutilidade se quero! Nuvens... Estão passando sempre, umas muito grandes, parecendo, porque as casas não deixam ver se são menos grandes que parecem, que vão a tomar todo o céu; outras de tamanho incerto, podendo ser duas juntas ou uma que se vai partir em duas, sem sentido no ar alto contra o céu fatigado; outras ainda, pequenas, parecendo brinquedos de poderosas coisas, bolas irregulares de um jogo absurdo, só para um lado, num grande isolamento, frias.</span><br />
<span style="font-size: small;" xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;" xmlns="">Nuvens... Interrogo-me e desconheço-me. Nada tenho feito de útil nem farei de justificável. Tenho gasto a parte da vida que não perdi em interpretar confusamente coisa nenhuma, fazendo versos em prosa às sensações intransmissíveis com que torno meu o universo incógnito. Estou farto de mim, objetiva e subjetivamente. Estou farto de tudo, e do tudo de tudo. </span><br />
<br />
<span style="font-size: small;" xmlns="">Nuvens... São tudo, desmanchamentos do alto, coisas hoje só elas reais entre a terra nula e o céu que não existe; farrapos indescritiveis do tédio que lhes imponho; névoa condensada em ameaças de cor ausente; algodões de rama sujos de um hospital sem paredes. Nuvens... São como eu, uma passagem desfeita entre o céu e a terra, ao sabor de um impulso invisível, trovejando ou não trovejando, alegrando brancas ou escurecendo negras, ficções do intervalo e do descaminho, longe do ruído da terra e sem ter o silêncio do céu. </span><br />
<span style="font-size: small;" xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;" xmlns="">Nuvens... Continuam passando, continuam sempre passando, passarão sempre continuando, num enrolamento descontínuo de meadas baças, num alongamento difuso de falso céu desfeito.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;" xmlns=""><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span xmlns=""><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-size: small;">Fragmento de <i>Livro do desassossego </i>de Fernando Pessoa.</span><br />
</span></span></div><span xmlns=""></span>Sem tempo para manter um bloghttp://www.blogger.com/profile/13268719241004029163noreply@blogger.com0